A avaliação de um cabo de aço deve
levar em conta os seguintes fatores:
1) Número de Arames rompidos
A ruptura de arames normalmente ocorre por abrasão ou por fadiga de flexão. Pode ocorrer tanto nos arames externos quanto internos, caso o cabo possua alma de aço. As rupturas externas podem ocorrer no topo das pernas ou na região de contato entre as pernas (vale). Estas, junto com as rupturas de arames da alma, são as mais críticas.
Deve-se anotar o número de arames rompidos e localização da ruptura em um passo ou em um comprimento equivalente a seis vezes o diâmetro do cabo. Observe se as rupturas estão distribuídas uniformemente ou se estão concentradas em uma ou duas pernas apenas. Neste caso há o perigo dessas pernas se romperem antes do cabo.
2. Arames gastos por abrasão
O desgaste por abrasão nos arames externos é causado pelo atrito do cabo, sob pressão, com os canais das polias e do tambor e pode ser acelerado por deficiências de lubrificação. Mesmo que os arames não cheguem a se romper, o seu desgaste reduz a resistência do cabo através da redução da área metálica, tornando o seu uso perigoso. Uma forma de avaliar esse desgaste é pela medição do seu diâmetro.
3. Corrosão
A corrosão diminui a resistência à tração através da redução da área metálica do cabo, além de acelerar a fadiga. Pode ser externa, detectada visualmente, ou interna, mais difícil de ser detectada. Nestes casos, alguns indícios podem indicar a sua existência:
a) Variação no diâmetro do cabo: nos pontos em que o cabo dobra nas polias, geralmente ocorre a redução do diâmetro; nos cabos estáticos, às vezes ocorre um aumento no diâmetro devido ao aumento da oxidação.
b) Perda de afastamento entre as pernas, frequentemente combinada com arames rompidos nos vales das pernas.
4. Desequilíbrio dos cabos de aço
Em cabos com uma só camada de pernas e alma de fibra (normalmente cabos de 06 ou 08 pernas + AF) pode haver uma avaria típica, com a ondulação do cabo provocada pelo afundamento de 1 ou 2 pernas.
São três os motivos do mesmo, e que pode ser causada por:
a). fixação deficiente, que permite um deslizamento de algumas pernas, deixando as restantes supertensionadas
b). alma de fibra de diâmetro reduzido
c) alma de fibra que se deteriorou, não dando apoio às pernas do cabo.
No primeiro caso há o perigo das pernas supertensionadas se romperem. Nos outros dois casos não há um perigo iminente, porém haverá um desgaste desuniforme no cabo e, portanto, um baixo rendimento.
Nos cabos de várias camadas de pernas, como os não rotativos e cabos com alma de aço, há o perigo da formação de “gaiolas de passarinho” e “hérnias”, defeitos que podem ser provocados pelo manuseio ou instalação deficiente do cabo, dando lugar a torções ou distorções, que, por serem defeitos graves, exigem a substituição imediata dos cabos de aço.
5. Deformações
As deformações nos cabos de aço ocorrem principalmente devido ao mau uso, irregularidades no equipamento em contato com o cabo, ou por métodos inadequados de fixação, no caso dos laços.
Quando estas deformações são muito acentuadas, podem alterar a geometria original do cabo, provocar um desequilíbrio de esforços entre as pernas e, consequentemente, a ruptura do cabo.
As deformações mais comuns são de ondulação, amassamento, gaiola de passarinho, alma saltada, dobra ou nó. Confira na próxima parte desta série sobre cabos de aço.
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